Em abril de 1922, José Estaline, adorado e detestado por milhões de pessoas, foi nomeado Secretário-Geral do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética.Uma posição que, apesar do seu nome bombástico, era puramente administrativa para Lenine, embora Estaline acabasse por escrever ele próprio a sua descrição das funções do cargo, algo que faria dele o homem mais poderoso do partido. A abertura dos arquivos do Kremlin em 1991 revelou muitos detalhes de alguém que nunca se deixou conhecer plenamente, que trabalhou a sua imagem aos olhos do público com tanto zelo como um instagramer de hoje. Entre estes, a última vontade de Lenine. Sabendo que estava à beira da morte, Lenine ditou a sua última vontade e testamento ao partido, que foi selado num envelope e entregue à sua esposa Krúpskaya para ser aberto após a sua morte. Nele dizia: «Tendo-se tornado Secretário Geral, o camarada Estaline concentrou nas suas mãos um poder incomensurável e não tenho a certeza de que ele saiba sempre como utilizá-lo (...). Estaline é demasiado desrespeitoso e este defeito (...) é intolerável no cargo de secretário-geral. Convido os camaradas a considerar como removê-lo do posto e nomear alguém melhor em todos os aspectos, ou seja, alguém mais tolerante, mais leal, mais correto, mais atencioso com os seus camaradas, menos caprichoso, etc.». Lenine morreu em 1924 e a sua condenação de Estaline nunca veio à luz do dia. Cem anos após a revolução bolchevique, a Rússia é um país diferente. É-o, o seu novo líder, Putin? Nesta edição, olhamos de perto para a sua personalidade e analisamos como diferentes países do mundo levaram a cabo a sua revolução comunista, o que significava para eles, quais as consequências e o que sobreviveu. Leitura fascinante, de intensa e triste atualidade, que irá disfrutar com a sua revista.